PENSAMENTOS DE UMA CADEIRANTE PARTE 2

 

Bom na real...não se vai ter título esse texto, porque passei por muita mudança interna, em para fora todo esse modo que há dentro de mim.

Sei que algumas pessoas, a maioria das pessoas não entenderão nada do to escrevendo aqui mas sei que para as pessoas que precisam fazer sentido vai fazer sabe. Por ser uma pessoa com deficiência sempre tive muito de ficar só.

Mas com o passar do tempo e com a ajuda de algumas pessoas que passaram pela minha vida, me auxiliaram a entender que ficar “sozinho” é necessário para nos descobrir, ou redescobrir a nossa essência quem somos além da casca que nos é emprestada durante a nossa passagem por aqui.

A verdade é que nunca me senti pertencente a nada, e hoje consigo compreender o motivo de certo comportamentos não que os ache justificáveis, mas agora posso corrigi-los e me melhorar... confesso que doloroso e assustador. Hoje eu sei que o que eu tiver que passar ninguém vai poder passar por mim.

É hipócrita da minha parte se disser que não me arrependo de nada, porque me arrependo sim, mas entendo que agir com a consciência que possuía na época fiz o melhor que pude, e não que esse “melhor que eu pude” fosse o mais sensato né.

E é muito bom e libertador não ter medo de ficar ou de ser “sozinha”, e também me trouxe o entendimento do meu valor como pessoa, e como mulher que apesar da minha deficiência dos meus desafios, e de eu depender das pessoas para as tarefas do dia a dia isso não me diminui como mulher, ou me tora menos desejável.

 Apesar de eu ter a sensação de que o meu processo de auto aceitação, pode levar minha vida inteira e ainda assim não será concluído, e esses textos que são publicados além terem o objetivo de ajudarem de alguma forma quem lê, também me ajuda a me manter firme nas minhas escolhas e no meu processo. 

 

A Cultura da invisibilização da Pessoa com Deficiência: Minha experiência /Visão.

 Como sempre eu não tenho um roteiro a seguir, e também não publicado com assiduidade mas é que eu quero que as coisas que são publicadas aqui, surjam verdadeiramente da minha alma. E que vocês sintam a sinceridade de cada palavra que escrevo.

Nesse tempo que não postei nada aqui analisei minha vida, e é inevitável não ocorrer uma retrospectiva de tudo e dos acontecimento que me fizeram tomas decisões e escolhas que formaram minhas crenças e que tenho que desconstrui-las a cada dia, pois a cada capacitismo/preconceito que vivenciamos... É uma nova inseguranças que nos é implantado.

A nossa desvalorização e descredibilização é histórica, pois quando nascia uma criança que era considerada "anormal" era assassinada ou vivia escondida sem quase nenhuma interação social, estou escrevendo aqui de forma leiga e superficial das coisas que estudei e pesquisei e também partilho minhas vivencias e visão do mundo, sendo uma pessoa com deficiência. Que não conheceu outra realidade que não fosse essa, pois nasci assim.

Então tudo na minha vida foi 8 ou 80, se tirava notas boas era exemplo se não... era incapacidade pela minha deficiência, simplesmente DETESTO que me usem de exemplo pra qualquer coisa me da a sensação de deumanização sabe.

O tempo todo temos que provar a nossa capacidade, a frase "Você não precisa provar nada a ninguém" me soa um tanto quanto hipócrita quando se trata de nós PCDs (Pessoas com Deficiência), as coisas mudaram sim, mas não podemos nos contentar com apenas um fragmento do merecemos.  Nossos sentimentos são constantemente invalidados, eu vi uma vez em uma série uma frase que dizia  mais ou menos assim: "Quando uma pessoa com Deficiência diz que é amor... Não é o suficiente", fora quando a pessoa se relaciona com alguém que não tem Deficiência a maioria das pessoas tem a tendência a "endeusar" o individuo.

Essas atitudes colocam nós PCDs em uma inferiorização e dificulta  para que consigamos nos relacionar de forma segura, e quando escrevo "segura" me refiro a nossa segurança interior, de nos sentirmos suficiente para a pessoa que esta conosco.  Nem todo mundo tem essa visão ou se sente assim, eu sei mas essa é a minha visão e como me sinto as vezes.